Qual a função do Atendente Terapêutico (AT) no ambiente escolar?
O Atendente Terapêutico (AT) é um profissional extremamente necessário para acompanhar a criança com autismo no ambiente escolar. Essa é uma profissão ainda, pouco conhecida, porém muito necessária para dar suporte e continuidade no tratamento para crianças com TEA.
Algumas pessoas tem dúvidas e até ficam confusas sobre qual é realmente a função do AT. Pois bem, vou tentar explicar de maneira mais breve possível a função desse profissional dentro da escola.
Diferentemente do acompanhante pedagógico, mediador escolar ou cuidador, sendo esses os termos mais utilizados na escola, o AT é um profissional capacitado com conhecimento específico sobre as demandas terapêuticas, ou seja, que tem conhecimento sobre ensino e habilidades específicas para aquele sujeito, aprendente com treinamentos intensivos sobre cada caso.
Esse profissional é sempre bem orientado pelo psicólogo especialista em ABA quando o caso é relacionado a demandas comportamentais (ensino de habilidades de independência, por exemplo) ou se for o caso de linguagem ou fala propriamente dito, o AT recebe treinamento para ensino de habilidades de linguagem de uma Fonoaudiologa, se for um caso pedagógico, recebe orientações de um psicopedagogo.
Em todos os casos, todos estão alinhados com o tratamento da criança e na evolução de seu desenvolvimento em cada área específica.
Mais a duvida maior é da função na escola, então vamos lá… Uma criança com autismo precisa de alguém para acompanha-la na escola, especificamente um profissional que possa estar ao seu lado ajudando-a com cuidados especiais.
É um fato que as escolas possuem um enfoque grande para desenvolver a independência e autonomia das crianças. Evidentemente, muitas vezes a criança com atraso no desenvolvimento não possuem a capacidade de uma criança com desenvolvimento típico. E isso pode ser muito desafiador tanto a para a criança com autismo, quanto para a própria escola. Existem dois grandes motivos que são barreiras para aprendizagem dessas crianças (não são os únicos)
1- dificuldade na compreensão verbal;
2- dificuldade na imitação;
Vamos supor a seguinte situação: a professora separa um momento para todo mundo beber água. Ao comando dado pela professora, as crianças pegam seus copos ou garrafinhas de água e conseguem beber a agua sozinhas. Mas a criança com autismo não.
Isso pode acontecer por dois motivos: a dificuldade da criança para entender o que foi dito, ou seja, possuir uma boa compreensão da linguagem, ou por ela não possuir o comportamento de imitação, não sendo capaz de imitar aquilo que as outras crianças já fazem.
A mesma situação pode se repetir em outros contextos, quando a professora pedir para as crianças pegarem suas agendas e levarem até ela, ou quando ela pedir que abram o caderno na tarefa de casa para realizar a correção.
As crianças neurotípicas conseguem fazer isso a partir do comando dado pela professora, mas as crianças com autismo possuem dificuldades na compreensão (linguagem receptiva) e também grande dificuldade no comportamento de imitação.
Por isso, elas precisam de alguém que esteja ao seu lado, ajudando-as para que elas consigam executar aquilo que já está sendo executado pelas outras crianças na sala de aula.
Isso significa que a maior necessidade do Atendente Terapêutico no ambiente escolar se dá pela necessidade da criança com autismo precisar de alguém que a acompanhe e esteja ali por conta dela exclusivamente.
Afinal, a professora não consegue estar a todo o momento disponível apenas para uma criança, pois ela possui uma classe inteira para dar atenção. Então, ela não consegue acompanhar aquela criança com autismo da forma que precisa ser feito.
O AT atua nessas funções que podem ir para além do acadêmico, atendendo as demandas e necessidades que a criança possui dentro daquele período de tempo que está naquele ambiente, no caso, no ambiente escolar.
Por isso, é importante que o Atendente Terapêutico tenha conhecimento sobre ensino de habilidade e independência. Por exemplo, como ensinar a criança a lavar as mãos? Como ensinar a ir ao banheiro sozinho? Como quebrar a seletividade alimentar da criança?. Tudo isso é uma bagagem de conhecimento que o Atendente Terapêutico precisa ter! Pois, ele não é um profissional que vai ficar apenas na sala de aula, ele vai acompanhar a criança em todo o período que ela estiver na escola, ajudando-a em suas necessidades.
Mas claro que existe também o aspecto pedagógico, que é igualmente importante.
Quando a professora dá uma instrução para a turma, muitas vezes essa criança com autismo não tem a capacidade de prestar atenção para uma demanda que está sendo dirigida para a turma inteira.
Para que ela preste atenção em você é necessário que a pessoa dê a instrução a ela diretamente, Às vezes a criança precisa, inclusive, de uma ajuda física, por exemplo, que você pegue em sua mão e a ajude.
Isso torna o trabalho do Atendente Terapêutico ainda mais importante!
Desafios do Atendente Terapêutico no ambiente escolar, uma coisa é certa: a partir do ensino fundamental o trabalho do Atendente Terapêutico começa a ficar muito mais desafiador, quando tratamento do aspecto pedagógico.Isso é natural, pois quanto mais a criança cresce, mais evidente se tornam os atrasos que ela possui diante das crianças com desenvolvimento neurotípico.
Desta forma, o Atendente Terapêutico terá mais um desafio de ensinar muito mais coisas em um período de tempo cada vez mais curto. Além disso, a partir do ensino fundamental a quantidade de conteúdos apresentados para a criança é cada vez maior! Fonte de informação: IEAC por Michelli Freitas
DÚVIDAS QUANTO ÀS INTERVENÇÕES ESCOLARES DE UM(A) AT EXTERNO:
– Se (o) ou (a) AT, não for contratado pela escola, como lidar com a resistência da desta em entender o papel e as intervenções terapêuticas do AT junto à criança?
– A família está amparada por Lei, quanto á manutenção de uma AT particular para acompanhar seu filho ou filha, na escola, quando este AT faz parte de uma equipe multidisciplinar que já atende à criança clinicamente?
– E até onde vai a ação do AT particular em sala de aula? pode registrar por escrito e por imagem apenas a criança? Até onde vai o direito da escola, quanto à proibição dos registros de imagem apenas da criança, com fins terapêuticos?
O acompanhante terapêutico no ambiente escolar estava garantido no inciso IV do art. 2º da lei federal n.º 12.764/2012, ocorre que este dispositivo foi vetado (não está em vigor), em razão disso, o melhor caminho é o entendimento entre pais, profissionais e a instituição de ensino, na impossibilidade deste diálogo, é preciso reavaliar a continuidade da criança com o TEA naquela instituição de ensino, por isso o entrosamento entre pais é fundamental, para que sejam identificadas e divulgadas as escolas que estejam preparadas para o adequado acolhimento de crianças / jovens autistas, ressalto que sempre é recomendado que a defensoria pública ou o ministério público sejam consultados para que a situação concreta seja criteriosamente analisada. Perdão pela demora da resposta, houve problemas com o hospedeiro do site, estamos a disposição no whatsapp (96) 99146-5864, Clínica Ludus Reaprender.